Com a idade (e alguns politraumas existenciais no caminho) a gente aprende que algumas relações não são férteis, que algumas pessoas não querem ou não estão dispostas a dar o que demandam e que algumas dinamicas não trarão nada além de cansaço, quiçá dor ou abandono. E chamemos de maturidade, chamemos de condicionamento, chamemos de cansaço, mas uma hora você entende que os padrões são padrões, que as pessoas não mudam (principalmente quando não buscam mudar, quando pedem tempo, quando repetem atos reflexos e recusam a se conhecer. Ou pior, a te reconhecer). Aí você consegue ter clareza e aceitar com estoicismo que algumas relações são superficiais e é isso que lhes cabe (não cabe exigir mais que isso delas), que algumas pessoas não estão e não estarão aptas a interpretar o papel a que estão se candidatando. Ainda que algumas delas busquem ter os benefícios do papel sem se comprometer com suas responsabilidades. Quando você entende que as variáveis limitantes da equação não vão mudar ou não estão ao seu alcance, é lamentável. Algumas coisas são apenas lamentáveis. E nos cabe APENAS lamentar. Buscar atuar sobre variáveis independentes de você te consome: energia, tempo, saude mental. E com a maturidade vem isso, saber onde investir ou pelo menos ser parcimonioso com suas reservas. Reconhecer os sinais de golpe sentimental, de que você está fazendo sociedade com alguém completamente endividado ou sem a mínima disposição a investir igualmente na sociedade. E se resguardar.
Largar a mão.
P.S.: os textos publicados aqui são, de maneira geral, atemporais. Este foi escrito em 01/04/20. Nada de novo não. Algumas coisas na vida só são cíclicas. As vezes esquecemos de nossos próprios aprendizados. As vezes ignoramos o que já falamos pra nós mesmos. As vezes ignoramos que a mensagem dada ao outro é externalizadq para que nos mesmos possamos nos ouvir. E assim aprendemos pelo erro ou pela repetição dele.